Sindicato Rural de Três de Maio comemora 40 anos

Economista Antônio da Luz chamou atenção para as perspectivas de manutenção dos preços atuais na comercialização da próxima safra: “Oferta de R$ 140,00/saca, pode ser um contrato visto com bons olhos”,diz

       O Centro Social Evangélico de Três de Maio foi sede de ato em comemoração aos 40 anos do Sindicato Rural de Três de Maio na noite desta quarta-feira, dia 11 de outubro, com a presença de lideranças políticas, empresariais, produtores associados e familiares, bem como entidades parceiras da organização sindical, entre elas a Setrem que possui cursos de Agronomia e Técnico em Agropecuária, ACI/Sindilojas, cooperativas de crédito, bancos e veículos de comunicação.

       A entidade foi fundada justamente em 11 de outubro de 1983, tendo como primeiro presidente o produtor Carlos Irineu Rakowski (in memorian).

       Para marcar a data uma solenidade de abertura contou com a presença do prefeito de Três de Maio Marcos Corso, presidente da Câmara de Vereadores Delmar Mébius, lideranças da Farsul e Senar, além do convidado especial, o economista Antônio Da Luz que proferiu palestra sobre as perspectivas para a safra de grãos 2023/2024. Após, foi servido jantar de confraternização aos presentes.

       O presidente do Sindicato Rural Neri Schröer analisou que o atual cenário é preocupante. Estiagens, chuvas, política de preços, posicionamentos ideológicos que deixam o produtor apreensivo, legislação sobre o marco temporal, zoneamento agrícola, direito a propriedade, e mais grave e contundente, o atual preço do leite – importações que causam a descapitalização do produtor. “Tínhamos 1500 produtores de leite em Três de Maio no ano de 2010 e hoje são menos de 200”, exemplifica.  Segundo Neri, os grandes desafios enfrentados demandam decisões políticas e até o momento não se vislumbra algo com efeito prático.

       Já Antônio da Luz referiu a falta de investimento em infraestrutura do Brasil como fator de represamento da safra e o comportamento de preços do último ano, quando a soja veio de R$ 200,00 a R$ 120,00 a saca. “Olhando o mercado, podemos informar ao produtor que um contrato de r$ 140,00 por saca na próxima safra precisa ser olhado com bons olhos, por que a gente não está conseguindo escoar em 365 dias do ano tudo o que produzimos. Portanto, o atual cenário de preços pouco tem a ver com o mercado “lá fora”, é a gente que tem um mar de soja para vender e está trazendo soja até do centro oeste para embarcar em Rio Grande e estamos dando recado ao comprador: Precisamos vender!

O Brasil aumenta o volume de produção da soja para exportar, em muitos milhões de toneladas, mas tem as mesmas estradas rodoviárias, as mesmas vias férreas e as mesmas estruturas de embarque nos portos, está faltando dias no ano e sobrando grãos, pois o produtor carece também da estrutura de armazenamento. Para Da Luz, se os governos investissem em infraestrutura somente olhando para o agronegócio, o PIB agrícola poderia crescer até 8%. É um setor que responde, sobra competência nos produtores, mas seu país não os valoriza, lamenta.

Antônio da Luz é um dos principais economistas do País, requisitado pelo Banco Central para as análises do setor do Agronegócio e atua na Farsul em Porto Alegre.
Em seu pronunciamento prefeito Marcos Corso enalteceu o agronegócio e manifestou empenho do municipalismo regional às demandas e crise por que passa o setor na área do leite.
Produtores, familiares e parceiros do Sindicato Rural prestigiaram o evento.

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