Tradição em municípios que margeiam o Rio Uruguai nas Missões, Fronteira-Noroeste e Região Celeiro do RS, os torneios de pesca esportiva do dourado podem voltar a acontecer. Numa mobilização liderada pelo deputado estadual Eduardo Loureiro, prefeitos e empreendedores de turismo trataram do tema nesta segunda-feira, dia 03, com a secretária de Meio Ambiente Marjorie Kaufmann.
A ideia é elaborar uma minuta conjunta com as três associações regionais (AMM, Amufron e Amuceleiro) para realizar, ainda em 2023, uma competição experimental que serviria como pesquisa de monitoramento da quantidade do dourado e surubim, duas espécies que atualmente são proibidas de pescar no lado brasileiro do rio, mas que são permitidas na Argentina, onde empreendedores faturam com eventos deste tipo. Na pesca esportiva, o peixe é devolvido à água após ser medido para efeitos de premiação. “Muitos viajam até o Norte do Brasil e até mesmo atravessam a fronteira para atividades de lazer e turismo de pesca, deixando lá recursos que poderiam ficar aqui”, comenta Loureiro.
A busca por essa normatização iniciou pela AMUFRON – na gestão do Prefeito de Horizontina Jones Cunha em 2022 e tem seguimento agora na gestão de Marcos Corso – prefeito de Três de Maio. Cunha destaca que estava convidado pela a reunião desta segunda-feira, porém a incompatibilidade de agendas não permitiu sua estada na capital.
Mesmo que no RS tenha lei que libera a pesca esportiva desde 2018, ela ainda não foi regulamentada. Hoje, o que vale é uma portaria do IBAMA, baseada em estudos realizados há mais de 10 anos, quando na bacia do Rio Uruguai se pretendia construir duas barragens que não saíram do papel. Na época, o órgão federal considerou o dourado e surubim como ameaçados de extinção, o que segundo prefeitos e empreendedores, não é a realidade atual. No entanto, faltam estudos atualizados para comprovar isso, o que poderiam ser realizados através dos torneios-experimentais que as três regiões gaúchas querem retomar.