Consórcio de Milho e Braquiária traz benefícios ao solo e a alimentação animal, garante Lermen

O consórcio de milho e braquiária pode ser uma boa opção para produtores de grãos para cobertura do solo, mas principalmente para os produtores que trabalham com produção de leite.

“Geralmente se faz silagem do milho safra e safrinha, retirando toda a palhada do solo. Ao longo dos anos, o solo vai empobrecendo e o custo de produção aumentando, ficando muito dependente de fertilizantes”, comenta o técnico em Agropecuária e produtor Vanderlei Lermen, que implantou o sistema pela primeira vez em sua propriedade no município de Boa Vista do Buricá. Ele também é um influenciador digital do agro nas redes sociais e usa na maioria das vezes sua propriedade como exemplo.

Com o sistema de consorcio, é possível produzir silagem e deixar a braquiária como cobertura de solo, dessecando antes do próximo plantio. Da mesma forma, para quem colhe o milho para grão. Ainda é possível usar a área como pastagem após a colheita do milho, reduzindo custo de implantação e tendo pasto disponível imediatamente após a colheita do milho. Essa será a finalidade do sistema aqui na propriedade, afirma Vanderlei

Para a implantação o produtor pode misturar a semente da braquiária junto ao adubo, no momento do plantio do milho. Há a opção de implantar o pasto na aplicação da ureia, porem na região é de difícil estabelecimento, devido às chuvas terem longos períodos de intervalos, com forte calor.

O sistema traz vários benefícios

– melhora a qualidade do solo,

– agrega valor à terra e gera renda na propriedade

– promove cobertura e proteção do solo,

– melhora o controle de plantas invasoras,

– Braquiária pode ser usada como pasto

-Raizes da braquiária promovem aeração, descompactação do solo e matéria orgânica, depois da composição

A principal pergunta sempre é: e a competição?

Vanderlei destaca que na sua avaliação pelo sistema na propriedade, a única competição é por nutrientes. “Para resolvê-la basta aumentar um pouco a adubação no primeiro ano. A partir do segundo ano já temos o incremento da matéria orgânica oriunda da decomposição da palha e raízes, incrementando naturalmente o sistema. A competição por luz e espaço é muito pequena, já que o milho tem um crescimento mais rápido que o pasto.”

Vanderlei é um divulgador do sistema na região. Já realizou um evento na propriedade para falar sobre o sistema. Também através das redes sociais está mostrando o desenvolvimento da lavoura, bem como erros e acertos desse primeiro ano. “Estou contente pois com toda a estiagem, graças ao consorcio, vou ter volumoso para o gado, pois onde o milho não se desenvolveu muito bem, a braquiária tomou conta e tem muito volume”

Uma das principais felicidades do produtor é ver a grande quantidade de raízes presentes no solo, o que traz muitos benefícios para a biodiversidade de microorganismos, responsáveis pela disponibilidade de nutrientes para as plantas. “O produtor que adotar o sistema só tem a ganhar, cuidando do solo e produzindo de forma mais sustentável”.

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