Ser pai é uma missão! Uma linda missão! É ser o amigo de todas as horas, é estar sempre próximo, acessível, é ser o farol dentro da vida dos filhos.
Fonte: Imprensa Apae Três de Maio
E ser pai de um filho especial é ainda mais desafiante! É uma tarefa para superpais, que aceitam as responsabilidades que ultrapassam o limite de suas forças, sempre lutando e alcançando a vitória. É enfrentar e reagir, aprendendo a lidar com os fatos, encarando-os de frente. É ser valente e guerreiro.
Neste Dia dos Pais, conheça a história de quatro pais de alunos da Apae de Três de Maio: André Schardong, Dirceu Gresele, Valmir Vidalis e Marlos Richter Borges.
‘Meu desejo de pai é ver meus filhos irem o mais longe possível com as próprias pernas’
André Schardong é pai de Vitor, de 11 anos, e de Vitória, de 10. Há nove anos ele assumiu a criação dos dois, juntamente com a ajuda de seus pais. Vitor frequenta a Apae desde os três anos, quando iniciou os atendimentos de saúde. Hoje, ele vem ao Centro de Atendimento Educacional Especializado Helen Keller duas tardes por semana e também recebe atendimentos de saúde com psicóloga e terapeuta ocupacional. Vitória também frequentou a instituição por três anos e teve alta.
“No início, quando recebemos o diagnóstico de autismo do Vitor, foi um choque. E foi difícil porque também estava criando os dois sozinho. Mas com o auxílio de meus pais e também da Apae, fomos vencendo as dificuldades. Por isso digo que a Apae é fundamental na nossa vida. Sem a instituição, eles não seriam o que são hoje”, diz André.
“Tenho uma companheira que me ajuda com os dois. E eu, enquanto pais, procuro proporcionar novas experiências e memórias com eles, como sair passear no interior, onde podem correr e brincar, ir pescar. Os dois também frequentam as invernadas de dança do CTG Tropeiros do Buricá, e está sendo muito bom para o desenvolvimento e socialização deles.”

REPORTAGEM ESPECIAL
Filhos especiais, pais especiais!
Fonte: Imprensa Apae Três de Maio
‘Nos revigoramos com o Alex’
Alex, de 7 anos, é o primogênito do casal Simone e Dirceu Gresele. Ele tem paralisia cerebral e epilepsia e frequenta a Apae desde os oito meses de vida. Hoje, recebe atendimentos de saúde com fisioterapeuta e também é aluno do Ensino Fundamental Ciclo 1 na Escola de Educação Especial Helen Keller.
“Quando recebemos o diagnóstico do Alex, foi como pular de bungee jump, algo que desconhecíamos totalmente. Porém, depois que entendemos, foi mais fácil aceitar e ficamos mais seguros. Nossa família já conhecia o trabalho da Apae porque trazíamos aqui doações. E a instituição nos deu a segurança e tranquilidade de estar em um lugar que nos acolheu. Não sei como seria se não existisse este serviço prestado aqui”, relembra Dirceu.
Ele destaca que a família aceitou a condição e decidiu não remar contra a maré. “Nunca usamos isso como forma de nos vitimizarmos e nem de vitimizar o Alex. Transformamos as dificuldades em motivação.”
Alex também é o caçula da família, já que os pais adotaram, há quase três anos, os irmãos Vitória, de 8, Mateus, de 12, e Kauê, de 15 anos. Dirceu conta que o desafio de ser pai, com as alegrias e dificuldades, ocorre com os quatro filhos, cada um na sua realidade. “Não existe diferenciação entre eles; o que existe são dedicações distintas”, complementa Dirceu.
“Eu, como pai, desejo que meus filhos tenham muitas experiências, porque isso faz o crescimento das pessoas. Isso nos fez melhores e também nos oportunizou a conhecer pessoas melhores. Nossa vida é cheia de dificuldades, e que bom que a gente passa por elas.”
Ao finalizar, Dirceu revela mais um sonho: ‘que o Alex permaneça muito tempo conosco. Não nos vemos mais sem ele. Nos revigoramos com o Alex. Quando temos problemas, recarregamos as baterias com ele. Afinal, é com ele que ficamos mais esperançosos; ele tem este dom. E ele torna a nossa vida melhor. Perceber os avanços dele é motivador.”

REPORTAGEM ESPECIAL
Filhos especiais, pais especiais!
Fonte: Imprensa Apae Três de Maio
‘Meu maior desejo de pai é ver a Fernanda feliz’
O desejo do Valmir Vidalis, pai da Fernanda, de 17 anos, é genuíno e demonstra a força que tem o amor de um pai.
A Fernanda tem paralisia cerebral e deficiência intelectual e recebe atendimento na Apae desde os seis meses. Hoje ela frequenta o Ensino Fundamental na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) etapa III na Escola de Educação Especial Helen Keller.
“Praticamente durante toda a vida dela a gente esteve dentro na Apae. Primeiramente para os atendimentos de saúde e depois na escola. Por isso, somos muito gratos à instituição. Se não tivéssemos a Apae, ela não teria chegado onde está hoje”, reconhece, emocionado.
“A Fernanda é filha única. No início, não foi fácil, afinal, ninguém está preparado. Mas, se tivesse que passar de novo, não faria nada diferente. A gente acredita nela e ela se esforça muito. Não sou o melhor pai, mas procuro fazer o máximo.”
O preconceito, segundo Valmir, ainda existe, infelizmente. “Mas nós nunca evitamos nenhum ambiente por medo do que os outros iriam falar”, complementa.
“A Fernanda é nosso orgulho; é tudo que a gente tem. Meu maior desejo de pai é vê-la Fernanda feliz. Que ela seja independente, viva bem, da maneira dela, do jeitinho dela, e que continue sendo essa pessoa amorosa e prestativa, seguindo pelo caminho do bem.”

REPORTAGEM ESPECIAL
Filhos especiais, pais especiais!
Fonte: Imprensa Apae Três de Maio
‘O André fez com que eu visse o mundo de uma forma diferente’
A declaração é do Marlos Richter Borges, pai do André, de 14 anos. Autista não-verbal, André é aluno da Apae há mais de dois anos, quando ele e o pai mudaram-se para Três de Maio.
Marlos, que é natural de Três de Maio e morou por mais de 20 anos em Santa Catarina, conta que André foi diagnosticado com autismo quando tinha dois anos, e vive com o pai há dez anos.
Antes de vir a Três de Maio, André recebia atendimentos de saúde e frequentava a escola em terras catarinenses. Chegando aqui, loco procuraram a Apae. “A mudança foi bem radical, mas ele teve uma adaptação excelente. E a Apae foi um divisor de águas. Embora seja um período curto, percebemos um grande avanço. O autista tem avanços gradativos, nos mínimos detalhes, mas quem convive percebe. É uma bênção os profissionais que temos na Apae de Três de Maio! Eles fazem a diferença e oferecem um atendimento humanizado e muito qualificado”, agradece.
André vem até a Apae pela manhã, onde frequenta o Ensino Fundamental Ciclo 3 na Escola de Educação Especial Helen Keller, e em algumas tardes para atendimentos de saúde com psicóloga e terapeuta ocupacional. Com uma rotina bem definida, Marlos conta que passou a ir em locais e eventos que André também possa ir. “Hoje os ambientes que eu frequento, ele frequenta também. Sou cauteloso com os lugares, porque em alguns ele não se sente bem, mas não privo ele de nada. O André adora sair, viajar.”
“O André fez com que eu visse o mundo de uma forma diferente. E eu estou tentando ver com os olhos dele, valorizando coisas que antes passavam batidas. Abri mão de muita coisa. Mas, quando percebo os avanços dele, não tem preço. Aí vemos que vale a pena. O meu sonho é que ele consiga socializar, ser independente e ter autonomia de fazer o básico. Sei que ele vai avançar muito ainda. O André é alegre e amoroso e eu sou abençoado por ele viver comigo”, finaliza Marlos.
