Foi realizado nesta quarta-feira (23/10) o júri de Valdir Rusniak, acusado de matar sua companheira em agosto de 2023, no município de Doutor Maurício Cardoso. O julgamento ocorreu na Câmara de Vereadores de Horizontina, presidido pelo Juiz de Direito da 1ª Vara Judicial da Comarca, Danilo José Schneider Júnior.
O réu, que se encontra preso havia mais de um ano pelo processo, foi condenado pelo crime de homicídio qualificado, com a utilização de meio insidioso e cruel (asfixia) e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).
Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, na madrugada de 16/08/2023, na residência comum do casal, anexa a uma cancha de bochas, o acusado matou Márcia Inez Hoesel, com quem convivia.
Em sua defesa, o réu alegou a inexistência de dolo e a ausência de materialidade do crime de homicídio qualificado pelo feminicídio, tendo agido em legítima defesa. Ele foi representado pela advogada Maria Odila Marques da Silva.
Foram ouvidas no júri uma testemunha de acusação e cinco de defesa. Pelo Ministério Público, atuou a Promotora de Justiça Bruna Maria Borgmann, e como Assistente de Acusação, o advogado Reni Onírio Zdruikoski, ao final, os sete jurados, um homem e seis mulheres condenaram o réu aos 16 anos de reclusão, regime inicialmente fechado, tendo o direito ao desconto como cumprimento da pena o período que já está preso até a data da condenação.
A Dra. Bruna disse que o MP aceita a pena imposta, mas que não se diz satisfeita. “É uma tarde triste, todos saímos perdendo quando temos de julgar e condenar a prática da violência, por isso precisamos cada vez mais estar atentos, denunciar, olhar com mais atenção a esses casos, que infelizmente aumentam em nível local, antes que entre para as estatísticas mais uma mulher assassinada”, destacou.
O Dr. Danilo Schneider Junior, que presidiu a sessão, considerou célere o tempo decorrido entre o crime e o julgamento, considerando ainda a sessão do júri tranquila. Ele agradeceu a presença de estudantes de direito, familiares tanto da vítima quanto do réu, e agradeceu ao Poder Legislativo pela cedência do espaço nobre do Plenário Municipal Bruno Bohnen para a Sessão de Julgamento. Fez referência ainda o magistrado ao trabalho da Brigada Militar e da Polícia Penal para o bom andamento dos trabalhos.