Nair, Karina (foto de capa), Angela e Carla são nomes da linha de frente da cena cultural da cidade.
Março é marcado como o mês de luta pelos direitos das mulheres. Em Horizontina, elas são a maioria, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografa e Estatística (IBGE). Além disso, elas estão ocupando cada vez mais postos de trabalho e de destaque na sociedade. Exemplos disso são os espaços culturais do município, ambos liderados por mulheres.
Nair Soares Ferreira, de 57 anos, é a responsável pelo Centro Cultural Jorge Logemann, espaço que desde 2004 é o guardião da história local. Há oito anos, ela é a mente por trás do centro, quando desistiu da sua aposentadoria como professora para assumir a direção do local. Os desafios eram grandes. Em 2016, tudo era diferente: o prédio precisava de reparos, a necessidade de atrair visitantes era urgente, bem como angariar fundos.
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Mas Nair, que se orgulha de ser “um pouco de tudo”, ao falar da sua ascendência, foi ao trabalho. “Eu incomodei Deus e o mundo. Câmara dos Vereadores, parceiros de empresas. Graças a isso a gente deu uma melhorada bem grande no espaço”, conta, frisando que, para ela, o prédio histórico de 1953 é um símbolo de força e resistência.
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Já o MEA – Memorial da Evolução Agrícola, representa a união entre o passado, o presente e o futuro. E nele, a liderança também é feminina. A museóloga Karina Muniz Viana, a artista e educadora Carla Borba e a economista Angela Toebe são as lideranças à frente da equipe do MEA. Juntas, com suas equipes e parcerias, elas fazem o dia a dia do maior espaço cultural da cidade, que já recebeu mais de 32 mil visitas e contou com presenças de diversas partes do Brasil e até do exterior, como Israel e Índia, e se converteu em um ponto de encontro da região.
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“Esse é um projeto que eu tenho muito carinho, pois ele mexe com a vida das pessoas. O memorial é sim um lugar que a gente pode estar discutindo as crises sociais que estamos vivendo, eu percebo que ele é um provocador e eu fico honrada de estar a frente dele. Termos mulheres em postos de liderança já mostra o quanto esse espaço veio para quebrar paradigmas”, explica Karina.
Para as mulheres da cidade, a museóloga deixa um recado: “Precisamos ter confiança em nós mesmas, e nos desafiarmos a ponto de ignorar qualquer opinião contrária àquilo que acreditamos. É sempre aquele peso de ‘não faça isso’, ‘não vá por aí’, ‘não vai dar certo’. E no final ainda temos que ouvir ‘estou falando isso para o seu bem’. Esse tipo de violência não pode ser mais ignorado”.
Sobre o MEA
O MEA – Memorial da Evolução Agrícola é um complexo de arte, cultura, educação, meio ambiente, esporte e lazer localizado em Horizontina. De forma tecnológica e imersiva, o Memorial conta a história da agricultura no País através de uma perspectiva humanizada, com o objetivo de provocar, trocar e produzir conhecimento em prol da sociedade e da diversidade cultural brasileira.
Além do espaço da exposição de longa duração e das oficinas culturais, o complexo conta com quadras esportivas, academia a céu aberto, café, salas multiuso, playground, loja, espaço para feira ao ar livre, unidade do Senai e Centro de Inovação John Deere Brasil, tornando-se um ambiente de convivência, cultura e educação.
Idealizado pelo Instituto John Deere e viabilizado pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura, conta com a John Deere Brasil e a SLC Agrícola entre seus patrocinadores máster e outros grandes apoiadores e doadores. O apoio é da FAHOR – Faculdade de Horizontina e da Prefeitura Municipal de Horizontina. O projeto de arquitetura do complexo foi desenvolvido pela Liberali Arquitetura e o projeto museográfico é assinado pela Straub Design.